“Eu era a carne, e agora, sou a própria navalha”
- pesquisas viscerais em alfabetização -
Rodrigo Torquato da Silva- UFF /IEAR
Luciana Pires Alves- UFF/SME- Duque de Caxias
É porque, tio, tem mais nome pra xingar preto do que pra xingar branco (Ramon)
Resumo:
O artigo surge nos atravessamentos entre duas pesquisas mergulhadas no
cotidiano de escolas públicas em lugares de periferias do Estado do Rio de
Janeiro. Nosso desafio não é especulativo, procuramos problematizar as questões
atuais e vitais para escola e a formação da professora alfabetizadora, segundo
a perspectiva da pluridimensionalidade em que temos: a dimensão técnica e
metodológica, a dimensão teórico-epistemológica e a dimensão político-social.
Percebemos as diferentes dimensões, não como um conjunto estanque, mas como
zonas porosas de intercâmbio e criação. Há, ainda, a emergência do conceito de
pesquisadores e pesquisas viscerais a partir das experiências de quem viveu na
própria carne as problemáticas estudadas. Os pesquisadores viscerais podem ler o
que está em jogo, ou seja, os riscos e as tensões naquilo que vemos como
situações cotidianas.
Palavras-chave: Alfabetização, classe popular, pesquisas viscerais e
violências.